NOTE:Foto registrada na Câmara de Vereadores de Monte Santo, na oportunidade da apresentação de trabalho sobre a sangrenta e truculenta Guerra de Canudos: documentário Canudos: novas trilhas, de propriedade e responsabilidade do professor Roberto Dantas da UNEB.
Legenda da esquerda para a direita: José Rodolfo de Andrade-Funcionário aposentado do DNOCS;Manoel Neto-Historiador da UNEB ;Deusimar das Abelhas-Técnico da EBDA. e Roberto Dantas -Historiador/documentalista e autor protagonista do documentário, do texto abaixo postado sobre a carta de despedida do extraordinário escrito Ariano Suassuna. Leiam na íntegra!! Texto magnífico do menestrel de nossa Histórica Micro Região de Canudos, o enciclopédico professor titular da maior Universidade de nossa linda e extensa Bahia-UNEB, Roberto Dantas. Este blogueiro de vocês só não chorou depois que apreciou as sábias palavras do professor Roberto Dantas, porque estava abaixo do nível o seu estoque lacrimal. srsrsrsr!!
CONTRIBUIÇÃO DE:
José Deusimar Loiola Gonçalves
Apicultor Meliponicultor, Pós Graduado em Gestão e Educação Ambiental – Modesto Vice-Presidente da AMAMOS- Associação dos Meliponicultores e Apicultores de Monte Santo-Ba.
(75) 9131-0784/ 9998-0025
Leiam e apreciem na íntegra as sabias palavras do professor titular da maior Universidade estadual de nossa linda e extensa Bahia- o renomado professor Roberto Dantas-Beto da UNEB.
Sobre a partida do Mestre
Honestamente, não me contive.
Emocionado, daqui escrevo vivenciando, tanto à flor-da-pele quanto nos recônditos do espírito, contraditórios sentimentos: os de alegria e tristeza; os de regozijo e lamento.
Escrevo, às vezes até acabrunhado, em razão desses empobrecidos e igualmente contraditórios tempos em que tão questionáveis “produções culturais” ganham destaque, perigosamente massificadas, não raro sob a égide de escusos interesses impositivos de uma pretensa “homogeneização” de estilos, ritmos, imagens e, mesmo, de discursos, realidade que, no mínimo, resulta em injustas exclusões. E é vivenciando tal realidade que lamento profundamente a partida do Mestre Suassuna! Em mim, e creio que em muitos, esta “passagem” imediatamente produziu e ainda produzirá fortes lamentos. Poucos dias atrás, do alto de sua sabedoria e prazerosa presença, cumprindo a sua bela e resistente missão em prol da arte e, em especial, da cultura popular, ele corajosamente pelejava conduzido pela sua inigualável irreverência, cativante sensibilidade e soberano saber, inebriando e provocando platéias. Um lamento em que logicamente vem embutida a tristeza de sua agora preocupante ausência. Como ele sempre humildemente se reconhecia: “sendo um sujeito inconformado com o senso comum, com o que aí está, tenho que dizer o que tenho dito e ser o que tenho sido. Escrevo porque tenho de dar saída ao meu universo tumultuoso”. Tumultuados, também, estão os meus sentimentos.
É justamente por ter existido Suassuna – e em sendo eu, com orgulho, nordestino e amante da cultura popular sertaneja -, por tudo que até a semana passada, aqui nessa nossa Bahia de tantas tradições, mas às vezes absurdamente vilipendiadas, ele nos legou, sou naturalmente tocado por uma incomensurável alegria e por ditosos regozijos. Não há como ignorar e, muito menos esquecer, a sua vasta e qualificada obra e os seus diletos ensinamentos. Outra alegria, como se fosse talvez uma confortante resignação, também me visita nesse momento: é que terá o nosso já saudoso mestre a especialíssima e iluminada recepção de Catulo da Paixão Cearense, Álvaro Dias Martins, Graciliano Ramos, Cuíca de Santo Amaro, Gonzagão, Dominguinhos, Sivuca e de tantos outros irmãos querenciados.
Grande Mestre Suassuna: que a morte tenha lhe chegado à forma de sua “Caetana”, da mulher bonita desejada, como afinal, você próprio, exibindo o seu sorriso, aqui, semana passada, tranquilamente a descreveu e confessou como sendo a única forma de bem aceitá-la. Boa viagem!
Roberto Dantas
Historiador – UNEB/Salvador
9977.9808 / 9292.4361
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