EDITORIAL ANO VIII NÚMERO 293 – CAMINHOS E DESCAMINHOS DO DINHEIRO PÚBLICO – II

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Por Florisvaldo -17 de julho de 2022
Há muitas variáveis que complementam o ditado popular: “o mundo dá muitas voltas…” São máximas filosóficas de todo tipo e que arrematam com um tipo de consequência para todos esses giros tanto na vida das pessoas, como na complexidade dos problemas do mundo real: político, econômico e social. Dentre os muitos adendos finais ao ditado, optaria por esse: “…e nessas reviravoltas, nós devemos fechar a porta para o passado não mais voltar”.

E por falar em passado, são muitas as reflexões que vêm à mente, razão por que resolvi me reportar ao material contido no artigo de 27/01/2013, nove anos atrás, sob o título CAMINHOS E DESCAMINHOS DO DINHEIRO PÚBLICO, no sentido de ter uma percepção se algo efetivamente hoje se modificou, ou o passado continua vivo e ativo:
“Tenho certeza de que o ufanismo que domina os corações dos brasileiros, e que enche de otimismo, confiança e novas esperanças cada cidadão quanto ao futuro deste nosso país no conjunto das nações, de repente é novamente atingido por vergonhosas e desalentadoras notícias de novos fatos ligados aos históricos desvios de verbas públicas.
Esse mórbido comportamento que está impregnado na alma da grande maioria dos Gestores do dinheiro público, seja nos Governos Municipais, Estadual ou Federal, Ministérios, Congresso Nacional, ou mesmo em Departamentos e Instituições Públicas afins, tem o poder não somente de ferir no cerne da dignidade das pessoas de bem, como o de macular de forma covarde a nossa imagem como povo, no exterior. Dias atrás li um comentário de que um dos motivos da evasão de novos investimentos no Brasil era o elevado índice de corrupção existente no país, pelo que pode representar de desestabilização, também, na área político-institucional.
Em 2011 o Brasil assistiu estarrecido à tragédia causada pelas chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro, quando quase 1.000 pessoas perderam as vidas e outro tanto ficou desabrigado. Prontamente o Governo Federal marcou presença e liberou recursos não somente para amparar os desabrigados como para a realização de obras gerais de infraestrutura e proteção de encostas, visando prevenir a população de novos episódios. Mas, pasmem! Grande parte das verbas foi vergonhosamente surrupiada, as obras não foram executadas e a tragédia voltou a se repetir este ano!” Inacreditável, não é? Mas, esse é o nosso Brasil e, não se surpreendam, nos quatro cantos do país tem histórias piores e igualmente deploráveis…
” No interregno desse tempo focado no texto citado, o Brasil descobriu o quanto de DESCAMINHOS havia na gestão do dinheiro público, não pelo “disse me disse dos jornais”, mas por ter ouvido de viva voz dos próprios investigados e condenados pela Operação Lava-Jato, os altos Executivos das principais empresas nacionais e políticos e governantes da maior representatividade no país. Interessante é que os questionadores da Operação, inclusive nos Tribunais Superiores, desmoralizaram o processo investigativo que, finalmente, sumiu e sucumbiu em 2021, e ninguém fala mais disso.

Esses fatos nebulosos fazem com que o país dê alguns passos à frente e outros tantos para trás, como se uma nuvem negra insistisse em ofuscar o sol do desenvolvimento e da redenção social, que tenta brilhar, teimosamente, sobre este Brasil varonil! E o DINHEIRO PÚBLICO segue na sua triste e vergonhosa trajetória por inaceitáveis CAMINHOS E DESCAMINHOS… E ainda que o mundo continue dando muitas voltas, o importante é que “devemos fechar a porta para o passado não mais voltar”!

 

Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público.
Contribuição do: Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 17/07/2022
Colaboração e Complementos de:
José Deusimar Loiola Gonçalves
Técnico em Agropecuária ex extensionista Governo do Estado); Graduado em Administração de Médias e Pequenas Empresas; Licenciado em Biologia; Pós Graduado Em Gestão Educação Ambiental e Acadêmico da UNITAU-EAD-Polo de Tucano – Curso Superior de Tecnologia em Apicultura e Meliponicultura.
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