Por Florisvaldo -20 de dezembro de 2020
No dia a dia, deparamo-nos com muitas ocasiões de graves incertezas, quando a tomada de uma decisão pode sofrer brutos bloqueios ou, se ela é adotada de forma precipitada, pode provocar algumas consequências negativas. De maneira mais amena, a indecisão pode acontecer durante a tortura que precede à escolha do produto ideal durante as compras de confecções ou móveis, mas, quando conclui que a aquisição de uma determinada peça foi indevida, logo o impasse é resolvido pelo simples processo de troca nas lojas.
Dentre muitas outras qualidades que integram o perfil de um líder, uma delas tem especial importância: “ser determinado e saber tomar as decisões mesmo que não disponha das informações necessárias”. Quando um setor de Recursos Humanos de uma empresa realiza uma entrevista de emprego, naturalmente que, com toda habilidade e sutileza, o entrevistador procura identificar, criteriosamente, todas as qualidades que integram o perfil do candidato, principalmente a sua capacidade de “tomar decisão” nos momentos mais graves e delicados do trabalho que passará a realizar. Já para a escolha de candidatos a Prefeito, Governador e Presidente, a legislação não prevê uma entrevista prévia desse nível e com critério seletivo, daí decorrem as surpresas e decepções! Diga-se de passagem, muitas das surpresas já começam até mesmo durante a campanha eleitoral e, na maioria das vezes, o eleitor deixa-se enganar.
Na gestão de empresas privadas ou públicas, bancos ou autarquias, órgãos estatais e Ministérios, o seu líder principal é cobrado não somente pelo grau de eficiência administrativa, desempenho e resultados, mas, sobretudo, pela competência, firmeza e segurança no exercício do poder decisório. Se demonstra debilidade de iniciativa e falta de determinação no encaminhamento das soluções, significa não estar correspondendo às expectativas daqueles que o nomearam ou o elegeram para o cargo.
Essas breves reflexões sedimentam as bases de uma análise sobre um cenário ocupado por autoridades muito inconstantes, que emitem declarações vazias e chulas, anunciam decisões pela manhã, e recuam à tarde, ou no máximo no dia seguinte… Precipitações e inseguranças têm sido a tônica desses devaneios do Poder atual.
Para ilustrar, recordo alguns fatos ocorridos ao longo dessa trajetória de quase dois anos: a) Exonerou o Secretário-Executivo da Casa Civil, Vicente Santini, por ter usado avião da FAB para se deslocar de Brasília a Davos, na Suíça, e à Índia – que poder! -, e logo o renomeou como Assessor do Ministro do Meio Ambiente; b) Anunciou a separação da Pasta da Segurança Pública do Ministério da Justiça, e dias após mudou de ideia; c) Fundo Eleitoral: o Congresso aprovou a verba de 2 bilhões de reais incluída pelo próprio governo na LOA, e este decidiu vetar o que propôs; dois dias depois, novamente voltou atrás; d) O então ministro da Educação, Ricardo Vélez, disse que pretendia retirar o termo “golpe militar” dos livros escolares. Os próprios militares se irritaram e ele voltou atrás; e) Poucos dias depois de dizer que não desligaria o ministro da Educação, Ricardo Vélez, Bolsonaro anunciou sua demissão; f) Depois de Bolsonaro intervir na Petrobras em uma tentativa de controlar o preço do diesel, o ministro da Economia, Paulo Guedes, desautorizou o Presidente de sua decisão; g) Contrassenso: Se o Presidente declara de público, e com exagerada ênfase, que “eu não vou me vacinar, e pronto”, está passando ao seu povo um lamentável e grosseiro mau exemplo! Acho que basta, porque o estoque é vasto, e ficará muito extenso o texto.
Impõe-se uma urgente atitude de amadurecimento e reflexão desses governantes, pelo reconhecimento de que é preciso maior controle verbal daquilo que dizem e responsabilidade nas decisões anunciadas, uma vez que é através do exemplo que também se contribui para a melhoria da cultura de um povo.
E por falar nisso, a quantidade de gente sem proteção facial (máscara) está cada dia maior, o que está pondo em risco a saúde de toda a nossa gente! E quem estimula esse péssimo exemplo? Chega de ficar sorrindo diante das DECISÕES… DOS INDECISOS!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – de Salvador – BA.
Contribuição do: Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 20/12/2020
Colaboração e Complementos de:
José Deusimar Loiola Gonçalves
Técnico em Agropecuária (Assistente Técnico de Desenvolvimento Rural-FLEM-BAHIATER-Governo do Estado); Graduado em Administração de Médias e Pequenas Empresas; Licenciado em Biologia; Pós Graduado Em Gestão e Educação Ambiental, e Tecnólogo em Apicultura e Meliponicultura.
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