Superada a fase da campanha eleitoral dominada por “exageros de sentimentos emotivos” que, traduzido, tem o significado literal de clima de “histeria” – desta vez pelas redes sociais -, a nação passa a conviver com uma nova realidade política em sua história. Foi empolgante a vibração dos 57 milhões de brasileiros que expressaram pelo voto no segundo turno o seu desejo de mudança, como frustrante foi o resultado para 47 milhões de votos contrários. Se apregoavam que a Direita ameaçava a nossa democracia, muito maior risco ela corria com a pregação de uma Esquerda bolivariana que vinha ameaçando progressivamente as nossas instituições. Esqueceram-se de que a nossa democracia já é adulta e não adúltera, como quiseram torná-la. O eleitorado soube dar um basta nesse projeto.
A existência de uma oposição determinada contra os vencedores, será uma circunstância esperada e admitida, mas, obviamente, desde que circunscrita aos limites da ordem e do respeito, e na forma das premissas definidas sobre o direito à liberdade contidas nos princípios democráticos e constitucionais. Desafiar a autoridade constituída e eleita pelo povo, com ações de baderna e vandalismo, é induzi-la à reação usando de igual força visando a manutenção da ordem pública. A violência indesejável produzirá os efeitos previstos na Terceira Lei de Isaac Newton, de que: “A toda ação sempre há uma reação de mesma intensidade e direção, porém, sentidos opostos”. Portanto, uma oposição responsável é o que se espera, mesmo daqueles mais xiitas que já começaram a destilar veneno por todos os lados.
Um detalhe positivo que chama a atenção de todos nessa hora de transição, é a disposição do novo governo de viabilizar o projeto de redução do tamanho da estrutura do Estado, reduzindo a uma quantidade decente o número de Ministérios, ou seja, dos 29 atuais para 19 apenas, mesmo que ocorra a reação daqueles que tiveram a oportunidade e não fizeram esse ajuste. E imaginar que já tivemos 39 Ministérios! Desconfortável é ver que mesmo os derrotados ou analistas políticos reconhecidamente contrários, julgam-se no direito de manifestarem oposição à unificação de Ministérios – caso da Agricultura e Meio-Ambiente -, ou escolha desse ou daquele nome para integrar um Ministério! Será preciso muita tenacidade e determinação para reformar o sistema carcomido que aí está.
As dificuldades e questionamentos começam a ser grandes na formação da nova equipe de governo, que irá se deparar com a triste perspectiva de não encontrar nomes totalmente imunes das máculas da corrupção, Caixa 2 ou processos de toda ordem sobre os ombros. Já se percebe ser esse um grande impasse, visto que o primeiro nome de um deputado ventilado para Ministro – Alberto Fraga -, logo foi rejeitado por ter sido condenado em Primeira Instância, ainda que tenha participado da campanha do eleito. Será indispensável muita firmeza para não se submeter ao esquema pérfido predominante na classe política que, diga-se de passagem, só quer se dar bem!
Nessa busca de nomes íntegros seria mais do que óbvio que para o Ministério da Justiça fosse lembrado o Juiz Sérgio Moro, mesmo que haja a repulsa natural por parte das facções políticas mais atingidas pelas suas decisões judiciais, uma vez que foram os responsáveis por todo esse espectro da corrupção que envergonha o brasileiro e o conceito da Nação perante o mundo. Seria ingênuo não esperar a choradeira da oposição. A missão de passar o país a limpo, porém, ainda não acabou.
Desprezo os excessos de radicalismos tanto da esquerda como da direita, mas é impositivo que se conceda um tempo ao novo governo para que assuma as responsabilidades de repor o Brasil nos trilhos da decência, da ética e da dignidade. Pelo menos a esquerda terá um tempo para refletir que no Brasil não há território para Chavismos ou Madurismos, ditadores que foram por nós financiados e conseguiram transformar uma Venezuela de grande potencial numa Nação destruída e de venezuelanos fugitivos. Dessa praga estamos livres. É hora de abandonar os histerismos e pensar na perspectiva de um novo Brasil! Encerro com as palavras que mais se ouve no seio popular: “se não nos roubarem, já será lucro”!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Aposentado do Banco do Brasil -Salvador – BA.
COLABORAÇÃO DE:
José Deusimar Loiola Gonçalves
Técnico em Agropecuária (Assistente Técnico de Desenvolvimento Rural-FLEM-BAHIATER-Governo do Estado); Graduado em Administração de Médias e Pequenas Empresas; Licenciado em Biologia; Pós Graduado Em Gestão Educação Ambiental e Acadêmico da UNITAU-EAD-Polo de Tucano – Curso Superior de Tecnologia em Apicultura e Meliponicultura.
Zap: (75) 99998-0025 (Vivo) – (75) 99131-0784 (Tim).
É incrível a sua criatividade observando o sentido que você escreve a crônica “A DIFÍCIL RECONSTRUÇÃO” e a visualização do País na Bandeira Brasileira toda fragmentada. Evidentemente, é difícil a reconstrução, mas não é impossível, haja vista, que nos primeiros passos do Novo Presidente, o povo e em especial, os segmentos da Sociedade vem sentindo firmeza ao Rumo Certo para que o nosso País se transforme mesmo em uma grande Nação. Se não nos roubarem, já será lucro.
É evidente que ao sentir que o caminho para eliminar a corrupção e o crime organizado no País, já foi dado o primeiro passo com a aceitação do Juiz Sérgio Moro em participar da equipe do novo Presidente com o propósito de interagir para enfrentar a pegajosa herança implantada e deixada pelo PT. Com determinação e tenacidade, chegaremos ao ponto certo para ser erradicado a corrupção e o crime organizado que se alastrou por todo quadrante do nosso País. Segundo o Papa João Paulo 2º, certa vez aqui no Brasil, exclamou DEUS É BRASILEIRO. (Manaus-AM).
Parabéns, sábias palavras.
Agenor, você não é um simples escritor, é um poeta filósofo da contemporaneidade! Causa-me enorme e imensa satisfação ler suas crônicas! Nada mais poderia esperar de um conteúdo tão pertinente da atual situação política em que o Brasil atravessa! Solidarizo-me com a Maria Cândida, quando ela destaca uma parte do texto: “Democracia adulta e não adúltera”. O nosso país que há muito sofre o vilipêndio de um sistema doentio e ultrapassado, acredito que nesse momento de ebulição política, “é hora de abandonar os histerismos e pensar na perspectiva de um novo Brasil”! O que seria… (continua).
(continuação) …de nós, se os homens de bem não estivessem se levantando? Porque pior do que a conivência, teria sido o silêncio desses homens. Deus dá um tempo para tudo! Agenor, finalizo parabenizando-o por mais essa bela obra de arte literária. (Uauá-BA).
Gostei dos posicionamentos, muito embora ache que estão meio carregados pela ideologia do autor, o que tira um pouco da isenção. Particularmente, acho que o nome de Moro seria mais adequado para o STF, muito embora tenha certeza de que isto já está acertado. No mais, concordo com a necessidade de darmos um tempo ao novo governo, bem como a necessidade de termos uma oposição consciente, pelo bem da democracia. (Salvador-BA).
Como sempre um excelente texto; gostei especialmente do: “Democracia adulta e não adúltera”. (Feira de Santana-BA).
AGENOR SANTOS é um grande articulista, artista das palavras e um cidadão de bem. Para o Agenor Santos eu tiro o meu chapéu em sinal de honra.
Embora sejam vários pontos importantes que o cronista soube muito bem posicionar de forma clara e precisa, gostaria de destacar o último parágrafo em que revela desprezar atos de radicalismos. Pois o que estamos vivenciando, uma guinada total no sistema político, deve ser considerado como um benefício para o país, e não uma ameaça. Afinal, a grande maioria assim escolheu. E gostaria de frisar o fechamento, de forma magistral pelo cronista, com a expressão mais ouvida pelos que votaram no Presidente eleito: “se não nos roubarem, já será lucro”! Que tenhamos mais Brasil, e menos estado. É o que desejo. FOZ DO IGUAÇU-PR