EDITORIAL ANO 1 NUMERO 20 – SAI QUADRILHA… ENTRA QUADRILHA!
Nos bons tempos que marcaram várias gerações, e fizeram a alegria quase ingênua de muitos sorridentes nordestinos, a tradição cultural das Quadrilhas enchia de beleza e encanto os festejos de S. João na maioria das cidades do interior e em algumas capitais do Nordeste. Hoje, apenas algumas cidades como Caruaru e Campina Grande, e algumas outras poucas cidades, profissionalizaram esse tipo de festa regional com quadrilha presente como item turístico principal – e isso é bom porque preserva a cultura -, enquanto a geração atual pouco conhece ou só vê em “flashes” isolados da televisão, neste período de junho!
Lembro-me com certa nostalgia dos bons e saudosos tempos de Uauá, em que logo após a novena ao Padroeiro, o povo, disciplinadamente, já se postava em torno da quadra para o “Concurso de Quadrilha”, onde concorriam escolas e colégios da sede e do interior, todos imbuídos de uma pura vibração em defesa do nome da sua escola. Somente após anunciado o resultado da sadia competição pela Comissão Julgadora, a primeira banda se preparava para o início do forró junino da noite, que se prolongava até a Alvorada das 05:00h da madruga, aí já abrindo o novo dia. Dentro desse harmonioso clima o São João era marcado por intensa animação durante 10 dias, ou seja, de 15 a 24 de junho!
Essas tradições culturais, contudo, se não contarem com o interesse dos governos municipais, a tendência é a sua progressiva extinção, já acontecendo em muitas cidades, cujas tradições vêm sendo substituídas por shows sertanejos ou não, recheados com o complemento das belas bailarinas “calorentas”… É a modernidade que chega atropelando a história cultural das cidades.
Mas, caro leitor, como tudo nessa vida sofre um processo de aperfeiçoamento para o bem ou para o mal, essa quadrilha saiu do cenário e deu lugar ao surgimento de outras quadrilhas! Enquanto uma, além da leveza da dança e da simplicidade, tinha o comando do eficiente “Marcador de Quadrilha”, outras agem nos bastidores e atuam nas sombras da indecência com as mãos sujas sobre o dinheiro público. Competentes na gestão da indústria das propinas, possuem, também, o comando profissional de vários “Chefes de Quadrilha”! Uma triste e dolorosa substituição, com poder avassalador no rompimento dos valores morais e culturais da nossa sociedade.
Assim como na fase imperial dividiram o nosso território em “Capitanias Hereditárias”, os nossos “reizinhos” modernos lotearam o Patrimônio Público, os Ministérios, as Estatais e os Fundos de Pensão entre algumas Quadrilhas organizadas, e sob a coordenação criminosa e manipuladora dos Partidos grandes, e até dos chamados “nanicos”! Esse comportamento desmoraliza e enfraquece a nossa democracia.
Como resultado das muitas delações oficializadas que se tem visto, uma verdade tem se evidenciado na formação dessas muitas facções criminosas do colarinho branco, caracterizadas pela perfeita estrutura organizacional composta de Chefe, Diretor, Tesoureiro e, como não poderia faltar, o Doleiro, encarregado de migrar enormes somas de dólares para os Bancos internacionais! É uma máquina que funciona de maneira invejável e devidamente politizada, tão importante que até parlamentar deixa de desempenhar a sua função institucional de legislar para a qual foi eleito, para assumir o papel vergonhoso de fantoche do esquema criminoso!
Esses eventos festivos têm o condão de encaminhar essas tragédias para os escaninhos do esquecimento, enquanto os três Poderes da República se digladiam na montagem dos esquemas de ataque e defesa.
Essas reflexões devem contribuir de maneira positiva para uma reorientação dos novos rumos que pretendemos para o nosso País, com o fortalecimento da esperança e do otimismo de que algo possa surgir do além, ou daqui mesmo, para despertar as consciências doentias dos nossos políticos e autoridades constituídas.
AUTOR: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público (Salvador-BA).
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 25/06/2017
Realmente, Agenor, não só no Nordeste, mas aqui na região sul também a tradição das festas juninas não possui mais o brilho e a alegria dos tempos de outrora. Foram substituídas poe ventos pontuais, normalmente restritos a uma tarde com extensão a noite. Em colégios e em igrejas. Aqui em Foz do Iguaçu, 24 de junho é o dia do Padroeiro da cidade, São João. Pelo menos ainda temos este gostinho de tradição. Quanto as outras quadrilhas, pelo menos hoje vou tentar não lembrar delas. Para termos um bom domingo. FOZ DO IGUAÇU-PR
COMPLEMENTOS DO EDITOR DO AGENOR,DEUSIMAR- O HOMEM FORTE DAS ABELHAS:
Pongando ainda no gostoso clima de São João, este modesto editor do renomado cronista Agenor( oportuno e merecidamente alcunhado de o Menestrel do Vaza Barris), pelo meu primo amigo, o super poeta BGG da Mata Virgem, gostaria de parabenizá-lo pelo tÍtulo e conteúdo desta cronica da semana junina. Como filho amado de minha Uauá, concordo em número; gênero e grau com as palavras e observações de nosso Menestrel, porque inclusive, em meus tempos estudantis lembro-me como se fosse hoje, que a minha turma de ginásio dentre outras turmas formavam suas quadrilhas e era naquela oportunidade uma guerrilha ferrenha para se saber qual a que melhor se apresentava. A felicidade maior de nosso cronista que observei no conteúdo da cronica, está na analogia que ele faz entre a extinção das quadrilhas juninas e a contemporaneidade das quadrilhas de ladrões do colarinho branco que vem dilacerando nossa sofrida nação. Nas considerações finais, não poderia este modesto editor do brilhoso cronista Agenor, deixar de registrar aqui os sinceros parabéns em dose dupla: Pelo oportuno conteúdo da Cronica, e pela brilhante entrevista que concedeu na Radio Comunitária Luz do Sertão no espaço momento cultural, do Programa o Berro do Bode apresentado pelo primo amigo BGG da Mata Virgem. De olho nas imagens acima, considerando que apenas uma vale por 1.000, ou até mais palavras, não poderia deixar de comentar sobre a felicidade deste homem forte das abelhas que teve o raro privilégio de passar a tarde da sexta feira de São João com o menestrel do Vaza Barris em sua abelha rainha num clima gostoso de São João. Para fechar a tarde com chave de ouro, tive o privilégio de fazer companhia ao menestrel até o espaço Toque de Zabumba, para prestigiar o lacamento do livro- “MEIO POEMA BASTA” , do mais recente escritor Zé Kalu , filho ilustre de minha , digo, nossa cultural Uauá.
COLABORAÇÃO E COMPLEMENTOS DE:
José Deusimar Loiola Gonçalves
Apicultor Meliponicultor; Ex-Diretor de Comunicação da FEBAMEL; Vice-Presidente da AMAMOS-Associação dos Meliponicultores e Apicultores de Monte Santo; Pós Graduado em Gestão e Educação Ambiental, e Assistente Técnico em Desenvolvimento Rural-BAHIATER/FLEM.
(75) 9131-0784/ 9998-0025