A cratera que se abriu perto da vila de Matarandiba, na cidade de Vera Cruz, Ilha de Itaparica, na Bahia, cresceu quase 4 metros de comprimento, segundo informações da Dow Química, empresa multinacional americana que atua na área onde o buraco surgiu.
Na última divulgação do tamanho da cratera, em novembro do ano passado, ela tinha 86 metros de comprimento e 36 de largura. Já os dados atualizados apontam 89,5m de comprimento, 40,9m de largura.
Assim como na última medição, apenas a profundidade diminuiu devido ao acúmulo dos detritos que caem com o crescimento do buraco. Com isso, a profundidade passou de 40 para 36,4 metros.
A Dow informou que ainda não há detalhes das causas da cratera e segue com os estudos para a descoberta de como surgiu o sinkhole, fenômeno geológico conhecido como “vazio subterrâneo”, em Matarandiba. A primeira parte dos resultados das avaliações tem prazo previsto de conclusão no segundo trimestre de 2019.
A empresa informou que o aumento do comprimento da cratera é esperado até a completa estabilização do terreno, uma vez que, sob o ponto de vista técnico, a tendência é que as bordas da erosão fiquem do mesmo tamanho que o fundo dela. Quando as bordas superiores estiverem com o mesmo perímetro da parte inferior deve haver uma estabilização, diz a empresa.
A Dow ressaltou que a comunidade de Matarandiba está segura, de acordo com os resultados do estudo geomecânico divulgado no final de novembro, conduzido pela consultoria independente alemã Institute for Geomechanics (IFG), referência mundial no tema.
Entretanto, como medida preventiva, foram instaladas tecnologias que oferecem informações em tempo real dos movimentos do subsolo na área, como satélite de alta precisão que permite monitorar e recuperar a história da movimentação do solo em toda a região da ilha. Também foram instalados micro sensores para monitorar qualquer movimento e possibilidade de novas ocorrências. Desde o início do acompanhamento, nenhuma variação geológica foi identificada, informou a empresa.
A erosão foi descoberta pela Dow Química, que atua na área onde o buraco surgiu, no final de junho deste ano, durante um trabalho de rotina, e tinha 69 metros de comprimento. A cratera fica no meio de uma mata nativa na localidade de Matarandiba e está a cerca de 1 km do local onde vivem os moradores, que temem.
O acesso à área onde o buraco se formou é difícil por conta da mata fechada, mas, ainda assim, toda a área está isolada e passou a ser vigiada para evitar a presença de curiosos.
Em setembro, o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) instaurou inquérito para apurar as causas da abertura da cratera. O processo foi instaurado pelos promotores de Justiça Eduvirges Tavares e Ubirajara Fadigas, que atuam na área do Meio Ambiente. O MP informou também que o objetivo da ação é preservar as vidas das pessoas e proteger o meio ambiente.
A Dow Química possui operações na Bahia desde a década de 60 e informou que não houve nenhum registro de danos ao meio ambiente devido à sua operação. A empresa afirmou que a cratera está a mais de 200 metros de um poço que está fora de operação desde 1985 e que, portanto, há mais de 30 anos nenhuma atividade foi realizada no local.
A empresa disse ainda que, desde junho, após a descoberta da cratera, reuniões periódicas têm sido realizadas com os moradores da ilha a fim de atualizá-los sobre os estudos, providências e esclarecer dúvidas, atividade que prosseguirá nos próximos meses. A linha direta de comunicação, segundo a empresa, é via WhatsApp.
G1/BA