Os cachorros podem ser excelentes preparadores físicos, de acordo com um estudo recente publicado no Reino Unido. Os pesquisadores descobriram que as pessoas que têm um cachorro de estimação têm quatro vezes mais chances de obter a quantidade recomendada de exercícios semanais do que pessoas sem cachorros.
Os pesquisadores, liderados por Carri Wesgrath, epidemiologista da Universidade de Liverpool que estuda como cães e pessoas interagem, estudaram 385 famílias que vivem na mesma comunidade de West Cheshire.
A amostra incluiu quase 200 adultos donos de cães, mais de 450 adultos que não têm cães e 46 crianças. O grupo de voluntários da amostra concordou em usar um rastreador por uma semana.
O estudo concluiu que mais de 80% dos donos de cães relataram fazer pelo menos 150 minutos de atividade física moderada a vigorosa por semana – a quantidade de exercício recomendada pelas diretrizes de atividade física em todo o mundo.
Os não-proprietários não eram necessariamente sedentários (cerca de 62% também relataram se exercitar de maneira regular), mas os donos de cães tinham cerca de quatro vezes (ou 400%) mais chances de atender aos critérios. As crianças que viviam com os cães também relataram fazer mais exercícios, enquanto os donos de cães rastreados com um contador de passos davam mais passos do que o grupo sem cachorros.
Os resultados do estudo, publicados na Scientific Reports, são os últimos a sugerir que os cães podem motivar as pessoas a serem mais ativas. Mas o aumento do exercício ligado aos cães observado neste estudo é muito maior do que o observado em estudos anteriores feitos em outros lugares, incluindo os EUA.
No Japão e na Austrália, por exemplo, os estudiosos descobriram que ter um cachorro de estimação está associado a cerca a 60% de probabilidade de se exercitar o suficiente. Outras pesquisas encontraram efeitos ainda mais fracos, segundo o site www.petsalegres.com.br.
Existem algumas possíveis razões para os diferentes resultados dos vários estudos sobre cães e exercícios (incluindo a possibilidade de uma falha metódica com o estudo). Mas se as descobertas forem realmente representativas dos donos de cães no Reino Unido, essa lacuna pode equivaler a diferenças em como as pessoas em todo o mundo interagem com seus cães e seu ambiente em geral.
Uma pesquisa citada por Carri Westgrath e sua equipe, por exemplo, descobriu que apenas 27% dos donos de cães nos EUA andavam regularmente com seus cães por pelo menos 150 minutos por semana, em comparação com 64% dos donos de seus estudos.
“É provável que isso aconteça devido a diferenças culturais e climáticas”, disse Westgrath. “No Reino Unido, tendemos a não ter grandes jardins onde deixar nossos cachorros fazerem exercícios. Também podemos ter muito tempo cinza e úmido, e outros estudos mostram que a maioria dos donos de cães continua a se exercitar nesses tipos de clima, ao passo que as pessoas que não têm um cachorro adiam os planos de atividades físicas e ficam dentro de casa ”.
Westgrath ainda disse que há coisas que outras comunidades podem fazer para tornar as coisas mais fáceis para as pessoas poderem ter um cachorro e como aproveitar as caminhadas com eles o máximo que puderem.
“As políticas de habitação e o planejamento de vizinhança precisam acomodar e incentivar a posse de cães e a caminhada, proporcionando acesso a ambientes locais próximos que sejam bons para passear com cães e permitindo cães em imóveis de aluguel”, concluiu ela.