Pâmela Bório, ex-primeira dama da Paraíba e suplente de deputado federal pelo PSC, participou da invasão ao Congresso Nacional na última segunda-feira (8). Ela postou fotos e vídeos dos atos golpistas em suas redes sociais enquanto estava em Brasília. Bório é ex-esposa do ex-governador Ricardo Coutinho, que governou o estado da Paraíba de 2011 a 2018 pelo PSB.
Nos stories do Instagram, Pâmela Bório publicou fotos e vídeos do gramado da Praça dos Três Poderes e dela e de outros simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro no telhado do Congresso Nacional, uma área de acesso restrito. No dia seguinte à invasão, o perfil oficial de Bório no Instagram ficou indisponível.
Pâmela Bório – Histórico de Polêmicas
Pâmela Bório é uma jornalista natural de Senhor do Bonfim, na região norte da Bahia. Pâmela Bório já foi alvo de investigação em outros procedimentos. Em 2013, enquanto era esposa do então governador Ricardo Coutinho, ela foi investigada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) por supostas despesas realizadas pela Casa Civil do estado na Granja Santana, residência oficial do governador. Uma auditoria do Tribunal de Contas havia apontado que as despesas teriam sido encomendadas por ela.
Após o divórcio de Pâmela e Ricardo no ano de 2015, ela teria publicado textos difamatórios e inverídicos nas redes sociais que atacavam a imagem do ex-governador. Em 2017, uma decisão judicial ordenou que Pâmela apagasse essas postagens e proibiu que ela mencionasse o ex-governador nas redes sociais novamente.
Em 2018, Pâmela Bório se candidatou ao cargo de deputada federal pelo PSL (Partido Social Liberal), então partido de Bolsonaro (hoje no PL). Embora não tenha sido eleita, ficou como suplente. No entanto, como o divórcio dela ocorreu durante o segundo mandato de Ricardo Coutinho, que terminou em 2018, ela teria ficado inelegível. Em 2019, o diploma de suplente de Pâmela foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ainda no ano de 2018, Pâmela também se envolveu em uma polêmica após derrubar o portão da Granja Santana, residência oficial do governador da Paraíba. Ela alegou que, ao entrar com o próprio carro na granja para encontrar o filho do casal, temeu uma possível agressão e saiu de maneira brusca, derrubando o portão. Em 2019, ela foi absolvida do crime de dano qualificado ao patrimônio pelo Tribunal de Justiça da Paraíba.
Invasão ao Congresso
Na tarde de domingo (8), milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram o Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal em atos golpistas. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram a invasão e o rastro de destruição deixado pelos manifestantes, incluindo vidraças quebradas, mesas destruídas e pichações. O plenário do STF também foi alvo dos ataques.
Durante os atos antidemocráticos, os apoiadores de Bolsonaro exibiram faixas com mensagens como “Lula na cadeia”, “intervenção militar”, “supremo é o povo” e “Bolsonaro presidente”.
No domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou uma intervenção federal no Distrito Federal para enfrentar os atos terroristas. Lula classificou o ocorrido como “barbárie”. A intervenção terá duração até o dia 31 de janeiro e será liderada por Ricardo Garcia, secretário-executivo do Ministério da Justiça.