Na manhã desta quarta-feira (17), a Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), realizou a operação ‘É o que eu mereço’, para cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça contra os responsáveis por promover a invasão e realização de um evento musical no interior do CIEP 326 – Professor César Pernetta, localizado na comunidade do Parque União, complexo da Maré. O cantor Belo, que se apresentou no evento, é um dos alvos da operação e foi preso em Angra dos Reis.
Como no local onde foi realizado o show é onde se concentra a maior facção criminosa do Estado do Rio, o objetivo da operação é apurar a ocorrência dos crimes previstos nos artigos 267 (Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos), 268 (Crime de infração sanitária preventiva), 161 (fechar local para apropriar-se, no todo ou em parte, de móvel alheio), e no artigo 2º da Lei 12.850/13 (Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal).
Na noite do dia 12 de fevereiro, a produtora Série Gold, através de seus sócios/administradores Célio Caetano Joaquim e e Henrique Marques Oliveira, vulgo Rick, e o cantor Belo (Marcelo Pires Vieira) realizaram e promoveram um evento musical, que perdurou até a manhã do dia seguinte, na escola pública do governo estadual, onde houve grande aglomeração de pessoas, de forma a propagar ainda mais a Covid-19.
Em nota, a Polícia Civil diz que “como se tal situação, por si só, não fosse absurda e suficiente a demandar a devida resposta estatal, foi verificado junto à Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro que o referido evento ocorreu sem qualquer autorização por parte daquela, configurando verdadeiro ESBULHO/INVASÃO de um prédio público para a realização de um evento privado, contrário ao interesse público (vez que serviu para propagar ainda mais a doença viral)”.
Ainda de acordo com a investigação, “fato é que a INVASÃO de um estabelecimento de ensino, localizado no coração da comunidade Parque União, uma das áreas mais conflagradas do Estado, onde a maior organização criminosa do Rio de Janeiro atua, somente poderia ocorrer com a autorização do chefe criminoso da localidade, identificado como JORGE LUIZ MOURA BARBOSA, o ALVARENGA, pessoa que controla a localidade há anos e figura como indiciado em diversos procedimentos policiais, sendo, inclusive, um dos criminosos mais procurados do Estado. Nesta toada, verifica-se que o cenário fático desenhado é um dos mais absurdos possíveis, na medida em que o ‘evento contagioso’ não foi autorizado pelo Estado, mas sim pelo chefe criminoso local, que também teve a sua prisão preventiva decretada”.
Além das prisões, a Justiça também decretou a suspensão das atividades da sociedade empresária Série Gold, bem como o bloqueio das contas bancárias dos investigados, até que se apure os prejuízos causados ao Erário Publico pela conduta criminosa.
Fonte: O Dia