Avião que seguia de Minas para Bahia cai e deixa três vítimas fatais

Uma aeronave caiu sobre três carros no Bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Horizonte, deixando ao menos três mortos e três feridos, segundo o Corpo de Bombeiros. O acidente ocorreu na manhã desta segunda-feira e informações dão conta de que o avião de pequeno porte havia acabado de decolar do Aeroporto Carlos Prates. Ainda de acordo com a corporação, a aeronave caiu sobre carros na Rua Minerva entre as ruas Nadir e Rosinha Sigaud.

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O avião e os veículos pegaram fogo. Segundo apurou o Estado de Minas, o monomotor tinha sido vendido e o piloto estava indo entregá-lo em Ilhéus, na Bahia. Três pessoas estavam de carona no trajeto. Além dos bombeiros, equipes da Polícia Militar (PM), Guarda Municipal e do Serviço de Atendimento Móvel (Samu) estão no local para socorrer as vítimas. A caminho do local do acidente, a reportagem flagrou o momento em que dois carros da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) passaram por um grupo de moradores, que gritaram que o aeroporto precisa ser fechado.

Em entrevista coletiva no local do acidente, o coronel Erlon Botelho, chefe do Estado-Maior do Corpo de Bombeiros, confirmou que a aeronave saiu do Aeroporto Carlos Prates com quatro ocupantes. “No local, deparamos com um incêndio em três veículos e o total de vítimas até o momento é seis, sendo três óbitos no local e três vítimas já devidamente medicadas e socorridas para hospitais da região metropolitana”, explicou. Segundo ele, o piloto estaria entre os sobreviventes.

“Imediatamente, quando as primeiras guarnições chegaram, depararam com essas três vítimas, duas já foram imediatamente tratadas, a terceira foi retirada perto do avião em chamas, e a partir daí o Samu chegou, foram feitas as intervenções”, detalhou. Existe a suspeita de que uma das vítimas seja um pedestre. Um dos mortos era ocupante de um dos carros. Os demais veículos estavam vazios. Na academia próxima ao local, apenas o fornecimento de energia elétrica foi comprometido. O imóvel deve ser vitoriado pela Defesa Civil. Ainda segundo o coronel, uma equipe do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa), no Rio de Janeiro, já está a caminho de Belo Horizonte.

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Pânico

Morador da Rua Minerva há 45 anos, o aposentado Antônio Aderilton, de 75, viveu momentos de pânico dentro de casa. “Eu estava na mesa do café quando ouvi o barulho. Saímos correndo muito assustados, eu e minha esposa. Pensamos que fosse um posto de gasolina que tivesse estourado. Foi um barulho completamente diferente do que estamos acostumados a ouvir”, contou. O casal saiu da residência pra ver o que havia ocorrido, mas foi surpreendido pelas chamas, que os impediram de se aproximar mais. Ele lembrou dos outros acidentes ocorridos na região e falou da sorte que tiveram. “Tinha acabado de fazer uma oração pedindo a proteção divina e foi o que aconteceu, Ele me deu essa proteção. Jamais passei tamanho susto”, comentou.

A advogada Maria Elisa Silva de 59 anos, que mora na Rua Francisco Bicalho, paralela à Minerva, convive angustiada com os pousos e decolagens das aeronaves, que segundo ela, sobrevoam sua casa a uma altura muito baixa. Ela que já vivenciou a queda do avião de pequeno porte em abril deste mesmo ano, conta que para os moradores do bairro, o drama é diário. “Isso aí é uma tragédia que vai acontecer todo dia, todos os dias esses aviões passam muito baixo, já fiz contato com a Infraero e não tomam providência e é desesperador porque a gente fica esperando quando e onde vai ser a próxima queda. Na minha casa todos estão com muito medo, o bairro é residencial e não comporta esses aviões, eu já liguei já conversei e eles pedem para filmar, vamos ter que filmar quando cai, é absurdo”, relata.

Gabriel Araújo: Jornalista, produtor de conteúdo digital, especialista em servidores Linux e Wordpress. Escreve sobre Carros, política, Esportes, Economia, Tecnologia, Ciência e Energias Renováveis.