Uma das maiores apresentadoras da TV Brasileira, Ana Maria Braga abriu o coração sobre o envelhecimento e a chegada aos 70 anos de idade e relembrou a luta contra três cânceres, um deles de pulmão.
“Ouvir outra pessoa falar que tem câncer e que pode morrer daqui a seis meses, você escuta, mas não introspecta. Não é com você. Você não pensa nisso. Eu tinha, sei lá, uns 30% de chance de sobreviver. Aí você olha e percebe que é finito. Vê quanto vale cada dia, cada minuto. Levanta de manhã e fala: ‘Acordei. Estou aqui! O que eu vou fazer com esse dia que eu tenho? Vou me lamuriar? Ou vou achar as oportunidades para exercer a gratidão, que faz um bem danado pra saúde?’. Melhorei muito depois do câncer. Eu era muito exigente. Sou ainda. Mas deixei de ser tão ariana quanto era. Você percebe que não precisa bater para sobreviver”, afirmou a contratada da Globo.
Ainda cobro muito. Mas de um jeito mais suave. Não precisa ser bravo para ter razão. TV A televisão é o único meio que muitas pessoas têm de se informar, aprender. A maior parte do tempo no programa eu faço o papel da minha mãe, que fez até o quarto ano de escola. Converso como se fosse ela. Faço a pergunta para o convidado daquilo que a minha mãe gostaria de aprender. Às vezes parece burra. Quando eu comecei a fazer TV, me chamavam de Ana Maria Brega. Naquele sentido de que tem menos capacidade intelectual. Mas é o jeito que eu consegui de chegar no coração de todo mundo”, disse ela entrevista para o jornal Folha de S. Paulo.
Com 70 anos de idade completados no último dia 01 de abril, Ana Maria falou sobre o envelhecimento e amadurecimento. “Me assusto até agora quando falam esse número 70 anos. Quando eu ia fazer 50, diziam: ‘A vida muda. Como se fosse um marco definitivo’. Não aconteceu nada! Foi igual quando voei num avião da Força Aérea Brasileira. Falavam: ‘Quando você ultrapassa a barreira do som, tem um não sei o quê’. Imagina. Eu ultrapassei a barreira do som. É como se batesse uma porta, sabe? Tum. E pronto risos! Foi isso a barreira do som. Fazer 50 anos também foi isso. Eu estava esperando uma catástrofe. E não aconteceu nada. Continuei sendo ativa, fazendo o que eu faço. Obviamente hoje eu tenho mais ruga. Mas a minha disposição continua a mesma. Levanto todo dia com um tesão danado de trabalhar”, disse.
A loira ainda falou sobre o processo de envelhecimento e como encarou tudo: “Depois dos meus filhos, tive que tirar o útero e o ovário por um problema médico, de policístico. E você para de produzir hormônios. Faz trinta anos que eu faço reposição hormonal. Então eu nunca tive menopausa, nunca passei por calores. Tive a sorte de não ter essa fase que as mulheres normalmente têm. Tenho osso de gente 20 anos mais nova, uma calcificação muito boa. Então não sinto nada diferente do que sentia quando eu tinha 40, 50. Continuo sendo uma mulher que sente desejo, que sente… Sou uma mulher igual”, afirmou Ana Maria.