Mais jovem morta pela Covid-19 no Estado do RJ, Cleuza Fernandes tinha 32 anos e era ambulante. Era uma figura conhecida na cidade de Rio Bonito, na Grande Rio, onde vendia mariola na rodoviária.
“Me preocupo, porque fico pensando que ela vendia muito na rodoviária e teve contato com muitas pessoas”, diz um familiar da mulher, que preferiu não ser identificado.
De acordo com o familiar, Cleuza teve crises de bronquite na infância, mas não desenvolveu outros quadros da doença na vida adulta.
“Disseram que ela tinha tuberculose, mas não é verdade. O pai dela teve tuberculose, mas ela não.”
De acordo com o familiar, Cleuza se sentiu mal no dia 8 de março e foi para a UPA de Rio Bonito.
“Ela estava se sentindo mal, e o marido levou ela à UPA. Medicaram ela e mandaram ela pra casa, mas, de madrugada, ela começou a fazer muito esforço respiratório”, conta.
Cleuza foi então levada para o Hospital Darcy Vargas. “O médico disse pra mim que era uma pneumonia agressiva que tinha comprometido o pulmão e o coração, e que ela estava respirando por aparelhos.”
“Na terça-feira (17), eu cheguei lá e ela estava isolada, o médico disse que o quadro dela tinha se agravado e que ela tinha poucas horas de vida. Foi difícil. Perguntei pra ele se não poderia ser o coronavírus e ele disse que só um teste ia responder.”
Cleuza morreu no dia 17, mas a família só teve acesso ao resultado do exame que confirmou o diagnóstico para Covid-19 nesta segunda-feira (30).