O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), informou nesta terça-feira (8) que está em contato com fabricantes para adquirir a vacina contra a Covid-19, caso precise fazer a compra de maneira independente, e que a capital baiana já possui um plano municipal de imunização contra a doença. No entanto, não há previsão de datas para imunização, porque nenhuma vacina foi liberada pela Anvisa até o momento. As afirmações foram feitas durante entrevista ao Jornal da Manhã, da TV Bahia.
Em novembro deste ano, o prefeito já tinha informado que a prefeitura estava elaborando esse plano de imunização.
“A gente já desenhou o plano municipal de imunização, ou seja, toda estratégia e a estrutura para vacinar nós já temos hoje desenhada na prefeitura. Quando a vacina chegar, no dia seguinte a gente vai estar preparado para começar. Não dá ainda para a gente fazer uma previsão de datas, porque existe toda essa discussão federal, da Anvisa, mas as notícias indicam que as vacinas começarão a ser credenciadas ainda em dezembro” disse.
ACM Neto informou ainda que a prefeitura já está em contato com fabricantes de vacinas contra a Covid-19 e que Salvador possui freezers para armazenar as vacinas.
“Eu pedi ao secretário Léo Prates que abrisse diálogo com todas as principais instituições que estão trabalhando na produção da vacina. Nós já começamos a conversar com a Pfizer, já começamos a conversar com o Instituto Butantan, de São Paulo. Já manifestamos para essas duas instituições o desejo de, se for o caso, comprar a vacina”, disse.
Sobre os freezers, o secretário municipal da Saúde, Léo Prates, publicou também nesta terça-feira, nas redes sociais, que a capital baiana possui quatro freezers que chegam a -86°C para as vacinas que precisam ser conservadas até essa temperatura. Na postagem, Prates disse que Salvador está preparada para receber 160 mil doses de uma só vez.
Informou ainda que vai lançar um registro de compra para a aquisição de outros quatro freezers, como medida para acelerar a vacinação.
Ainda sobre a vacinação, ACM Neto informou que caso não haja um consenso entre a prefeitura e o governo federal com relação à distribuição das vacinas, a prefeitura pretende comprá-las.
“Infelizmente, o governo federal está atrasado no seu plano, está demorando para apresentar uma linha do que que vai ser a vacinação no Brasil, não dialoga com prefeituras e governos estaduais, o que é um absurdo, né? Então a gente não vai ficar aqui parado esperando. Vamos colocar, caso seja preciso, dinheiro do município para comprar a vacina e acelerar o processo de vacinação da população. Quando a vacina chegar, no dia seguinte a gente vai estar preparado para começar a vacinar as pessoas, e eu espero, é claro, que não haja nenhuma polêmica que até eventualmente nos obrigue a ir à Justiça”, falou.
Covid-19 e medidas em Salvador
O prefeito ACM Neto também falou que o aumento de casos está preocupando as autoridades e que tem “receio que a segunda onda seja pior do que foi a primeira.
“Ela pode ser pior que a primeira. Agora, parece que muita gente perdeu o medo de pegar a doença. A gente está vendo que a velocidade de crescimento hoje é maior do que foi de março para abril desse ano. Depois, existe hoje um número maior de pacientes que precisam de tratamento em outras comorbidades, do que no início do ano. Então, como a pandemia fez com que muita gente não fosse ao médico, não se tratasse de outras doenças, agora a gente tem um volume grande de pessoas com a Covid-19 e também um volume grande de pessoas com outras doenças. Isso tudo pressiona a rede hospitalar aqui em Salvador”, explicou.
Conforme informou o prefeito, foi por causa do aumento no número de casos que foi definido o cancelamento de ‘live da virada’ com Ivete e Gusttavo Lima. O evento não teria presença do público, mas surgiu a suspeita de que as pessoas poderiam se aglomerar em algumas regiões da cidade, para tentar ouvir o show que aconteceria em um forte localizado em um banco de areia, no meio do mar.
Além dessa medida, a prefeitura decidiu pela interdição do bairro da Barra no dia 31 de dezembro, como forma de evitar aglomeração em um dos principais bairros turísticos da cidade.
Fonte: G1/BA