Principal adversário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) lidera pesquisas eleitorais quando o petista não é considerado como candidato. Atualmente preso, é pouco provável para Lula concorrer às eleições em outubro, já que deve ser barrado pela Lei da Ficha Limpa. A saída do oponente coloca o parlamentar em posição confortável, à frente de outros concorrentes. Contudo, a polarização entre a dupla praticamente anula as chances de que um ou outro seja beneficiado com votos do adversário.
Listamos cinco motivos que aproximam Bolsonaro de ser próximo presidente do Brasil.
Liderança nas pesquisas
Condenado a 12 anos e um mês de prisão, Lula cumpre pena em Curitiba, no Paraná. Apesar de o PT garantir que irá oficializar a participação do petista, ele deve ser julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até outubro, tendo a candidatura impugnada. Sem ele, Bolsonaro é quem larga na frente, sendo o concorrente com maior intenção de votos dos brasileiros. Conforme a última pesquisa divulgada pelo Datafolha, o parlamentar chega a 19% das escolhas em alguns cenários. O levantamento entrevistou 2.824 eleitores de 174 municípios na quarta, 6, e na quinta, 7. Os dados foram divulgados no jornal Folha de S. Paulo.
Forte presença nas redes sociais
Dentre os pré-candidatos, o parlamentar carioca é o que fala para maior número de ouvintes nas redes sociais. A página de Bolsonaro no Facebook tem 5,3 milhões de curtidas. Lula vem em segundo lugar, com 3,4 milhões de “curtidas” em seu perfil na rede social. O petista é seguido de Marina Silva, com 2,3 milhões. No Twitter, Bolsonaro reúne 1,2 milhões de seguidores. Já Lula tem 341 mil. Em sua trajetória política, o carioca costuma usar as redes sociais com frequência. Ele interage e a página é atualizada com frequência. Foi por meio da internet que Bolsonaro conseguiu apoio de muitos jovens militantes. Com tempo reduzido na propaganda eleitoral, os meios digitais devem ser usados pelo político para chegar aos eleitores.
Militância engajada
A multidão acompanhando a página do pré-candidato também se converte em engajamento. As publicações do político costumam ter grande número de comentários e curtidas. Além da página oficial, militantes do político mantém dezenas de páginas com memes, vídeos e informações sobre o parlamentar, e ataques a adversários. A integração revela o perfil jovem de parte do eleitorado do deputado. Na vida pública, principalmente após ganhar projeção nacional, Bolsonaro passou a usar a página como meio para ganhar destaque. Algumas polêmicas surgiram ali, como textos criticando jornais e vídeos atacando adversários, por exemplo.
Discurso para a segurança
Com mais de 62 mil homicídios por ano, o Brasil bate recorde de violência. Conforme dados liberados no último dia 5 de junho pelo Atlas da Violência 2018, com base em informações do Ministério da Saúde, 62,5 mil pessoas foram assassinadas no Brasil em 2016, o que equivale a uma taxa de 30,3 mortes para cada 100 mil habitantes. Em meio a tal cenário de violência, a segurança pública deve ser uma das principais pautas durante os debates. Apesar do discurso controverso, Bolsonaro é militar e tem propostas para a área. É, por exemplo, no País, um dos maiores defensores do porte de arma. Ele também ganhou destaque com a crescente de discursos militaristas no Brasil. Em protestos, tornaram-se comuns a presença de grupos pedindo intervenção militar, tento o pré-candidato como referência.
Perfil conservador
Bolsonaro tem discurso polarizado à direita e é uma alternativa para os eleitores conservadores. Ele já se mostrou contra a união entre pessoas do mesmo sexo, criticou as cotas raciais e ataca defensores da legalização do aborto e das drogas. Por outro lado, é a favor da pena de morte, da redução da maioridade penal e prisão perpétua. Desde o fim do período militar no Brasil, nunca um candidato à Presidência foi publicamente a favor de tantos assuntos controversos como o parlamentar. Além dos temas historicamente defendidos pelos progressistas, Bolsonaro também é um saudosista da ditadura militar brasileira.
Fonte: Jornal O Povo